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Nova investigação explora motivações para apoio ao consumo de refeições de base vegetal nas escolas

O estudo promovido pela equipa do projeto Sustainmeals identificou fatores sociais e motivacionais que podem contribuir para o apoio de pais e professores a iniciativas de promoção do consumo de refeições de base vegetal.




Aumentar o consumo de refeições de base vegetal e a reduzir a dependência de alimentos com origem animal tem sido apontado como um movimento necessário para fazer face aos atuais desafios de sustentabilidade na alimentação. No entanto, a implementação de medidas com vista a promover esta transição nas escolas nem sempre é acolhida favoravelmente. Numa investigação recente promovida pela equipa do projeto Sustainmeals, procurou-se compreender que aspetos podem determinar a maior ou menor adesão de pais e professores a iniciativas que promovam o aumento do consumo de refeições de base vegetal em contexto escolar.


“É conhecida a influência que os pais e professores podem ter nas práticas alimentares dos alunos. Mas muito para além disso, estes são membros da comunidade escolar que estão em posição de influenciar as decisões sobre aquilo que acontece nas cantinas escolares” – explica, João Graça, um dos investigadores responsáveis pelo estudo. Apesar do papel importante que as cantinas escolares podem representar na transformação do atual sistema alimentar, implementar medidas de apoio ao consumo de refeições de base vegetal pode ser um desafio em países com forte tradição no consumo de alimentos de origem animal, como é o caso de Portugal. “Portugal está entre os países com maiores consumos de carne a nível mundial. Por esse motivo, entender o que pode levar pais e professores a apoiarem medidas de incentivo a esta redução e ao aumento de consumo de refeições de base vegetal é essencial para conseguirmos ter um sistema de refeições escolares mais saudável e sustentável” – conclui o investigador.


De acordo com o estudo que é agora divulgado na Revista científica Appetite, há vários aspetos relacionados com o apoio a medidas de incentivo ao consumo de refeições de base vegetal. De um modo geral, a amostra de professores revelou maiores níveis de apoio a estas iniciativas, que incluíam facilitar o acesso a informação sobre o impacto ambiental das refeições escolares (e.g., através de posters) ou aumentar o número de refeições vegetarianas disponíveis nas cantinas escolares. Aspetos como as atitudes dos professores face a refeições vegetarianas ou o seu apego ao consumo de carne foram aspetos associados ao seu grau de apoio às medidas propostas.


No caso dos pais, as variáveis económicas parecem ser relevantes para o apoio às medidas de incentivo ao consumo de refeições de base vegetal. Em particular, os encarregados de educação que olham para as refeições vegetarianas como opções mais dispendiosas tenderam a manifestar maior apoio às medidas de promoção, que incluíam o aumento da disponibilidade destas refeições na cantina escolar.


O estudo conclui que olhar para os fatores sociais e motivacionais é necessário não apenas para entender os atuais hábitos alimentares, mas também para compreender de que forma se podem construir medidas que promovam uma alimentação mais saudável e sustentável nas escolas. O artigo completo está disponível em acesso livre em https://doi.org/10.1016/j.appet.2023.106511



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